Ela tem muitos problemas, é congestionada, poluída, caótica e ao mesmo tempo é acolhedora, rica, atrativa e dinâmica. É a cidade que amamos odiar e odiamos amar.
Seja para viver, trabalhar ou “turistar”, São Paulo tem um charme único que não sabemos explicar, movido pela força de indígenas, negros, portugueses e tantos outros povos e etnias que fazem dessa cidade um incrível caldeirão cultural e gastronômico.
E essa megalópole chega a seus 470 anos em um 2024 que será ano de eleições municipais, onde o eleitorado paulistano escolherá quem irá ser seu próximo prefeito pelos próximos 4 anos. Por enquanto além do próprio prefeito que busca a reeleição temos definidos também Guilherme Boulos e Tabata Amaral como candidatos que almejam administrar a cidade.
Como ainda é o começo do ano é possível que outros candidatos entrem nesse balaio. Andrea Matarazzo, Kim Kataguiri e Ricardo Salles são outros nomes que podem surgir até o mês de agosto, que é quando a eleição começará pra valer. Até lá o cenário caminha com incertezas, especulações e, claro, muitas surpresas.
VEREADORES - O “X” DA ELEIÇÃO PAULISTANA
Se o cenário da eleição para prefeito está um tanto quanto definido e até “federalizado” com um candidato apoiado pelo presidente Lula (Boulos), outro por Bolsonaro (Nunes) e outro pelo vice-presidente Alckmin (Tabata) outro cenário igualmente importante do jogo de xadrez da eleição paulistana segue obscuro, cinzento e cheio de armadilhas: a câmara municipal.
Todo ano o eleitor se concentra em quem irá ocupar o Edifício Matarazzo por 4 anos (ou por meio mandato, como usualmente acontece) mas se esquece daqueles que irão ocupar o legislativo municipal, que são os vereadores.
Os eleitos que ocupam o Palácio Anchieta são ignorados por boa parte dos eleitores, que acabam por votar em nomes conhecidos mas que não são comprometidos com a cidade. Outros votam em candidatos indicados por igrejas evangélicas e há os que votam naquela subcelebridade que só está na disputa para levar junto outros candidatos bisonhos, que sem o puxador de votos jamais chegariam à câmara municipal.
Assim a cada quatro anos boa parte dos eleitores paulistanos acabam por eleger um legislativo municipal em boa parte bizarro, clientelista e desinteressado dos problemas da cidade, que ocupam boa parte do mandato com questões irrelevantes como mudanças de nomes de rua, batismo de praças, títulos de cidadão e, mais recentemente, com perseguição a padre que faz caridade.
Enquanto se ocupam de inutilidades não modernizam leis ou propõe novas que poderiam fazer de São Paulo uma cidade de vanguarda, tal qual era em 1954 quando celebrou 400 anos e era reconhecida pelo mundo como uma cidade do futuro.

Hoje São Paulo está mergulhada no atraso, com problemas crônicos que não são resolvidos há décadas e com vereadores que em boa parte são uma ofensa à cidade fundada lá atrás pelo Padre Anchieta.
Mas se prefeitos ruins e vereadores horrorosos estão sempre no poder é porque muitos de nós, eleitores, os colocamos lá. Cabe aos paulistanos lembrarem do amor que nutrem pela sua cidade não apenas no dia 25 de janeiro, mas principalmente no dia da eleição. É em outubro que realmente precisamos mostrar se realmente somos amantes de São Paulo ou se somos nós o grande inimigo dela.
SÃO PAULO ANTIGA 15 ANOS
E foi no cada vez mais distante 25 de janeiro de 2009 que o São Paulo Antiga foi criado, ainda como São Paulo Abandonada e sem grandes pretensões, como um blog dedicado a mostrar as construções em situação de abandono ou demolidas da cidade.
Não demorou para o projeto ganhasse repercussão da mídia e das redes sociais, mostrando a demanda do paulistano pelo conhecimento da história e curiosidades de sua cidade, levando a adoção de um novo nome e uma nova missão: São Paulo Antiga.
O pequeno blog transformou-se em um portal dedicado a contar a história da cidade, dos monumentos, das casas e ser a referência online da cidade que não dorme jamais. A cada ano que passava aumentava a relevância e a necessidade da existência desse projeto que nunca parou de crescer.
Em novembro de 2019 o São Paulo Antiga deu um grande passo e transformou-se uma OSCIP, passando a se chamar oficialmente Instituto São Paulo Antiga. Em abril de 2022 foi inaugurada a sede própria, com biblioteca, estúdio, sala de estudos e espaço gastronômico e de convivência. Tudo isso com uma única premissa: contar e preservar a história da Cidade de São Paulo.




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